terça-feira, setembro 06, 2011

Sem retorno

Delfim Netto

A notícia veio seca, sem disfarces, transmitida de Tóquio pelas agências noticiosas internacionais na sexta-feira 26 agosto: em dois anos e ao custo de alguns bilhões de dólares, o Japão espera reduzir pela metade os níveis da radiação produzida pela destruição do sistema de resfriamento dos reatores da usina nuclear de Fukushima, em 11 de março do ano corrente. Poucos especialistas se arriscam a estimar a duração do trabalho restante para chegar a índices de descontaminação “suportáveis” pela população numa região que abrange milhares de quilômetros quadrados no entorno da usina. Cerca de 100 mil sobreviventes ao tsunami foram retirados da área e em sua maioria não têm certeza de retorno ou mesmo perspectiva de voltar um dia. Autoridades estimam que em dois anos a radiação diminua, naturalmente, 40% nas áreas afetadas. O governo trabalha com o objetivo de atingir níveis de redução de 60% nos locais frequentados por crianças nesse mesmo período.