sexta-feira, novembro 05, 2010

Texto complementar da série (O desafio da Gestão das Empresas Modernas)

´Resumo feito por mim (Tiago Lira) do capítulo II do livro de David Bonfim (1998) denominado: A Empresa.

Este texto aborda a empresa através do processo evolutivo pelo qual passa e como é tratada a dimensão humana, representada pelo trabalhador, bem como a dimensão pedagógica, representada pelo treinamento.

Focalizamos o modelo clássico (Taylor e Fayol) e o modelo burocrático (Max Weber), embora existam vários modelos na Teoria Geral da Administração.

Esses dois modelos nortearam a estruturação e o gerenciamento das empresas, principalmente nas quatro primeiras décadas do nosso século.
Os aspectos prescritivos e normativos, que determinam a melhor maneira de fazer as coisas, caracterizam bem os modelos de Taylor e Fayol.

A dimensão humana nesta concepção de empresa vai ter o homem como Homo Economicus que, na caracterização feita por MOTTA (1989), tem como traço básico a racionalidade representada pelo planejamento, organização, coordenação, comando e controle.

A conseqüência que está concepção traz para o treinamento se traduz em uma ação muito simples, já que o trabalho estaria amplamente padronizado, bastando, portanto, ao operário aprender a realizar algumas operações, também simples.

O modelo burocrático é ainda um modelo racional ideal, e como tal visa à racionalidade que reside na adequação dos meios – estrutura organizacional e pessoas- aos fins desejados.

Nesse modelo o homem é visto como um mal necessário e como meio de produção, onde a criatividade e as idéias não são estimuladas e nem a apropriadas ao sistema.

O treinamento, por conseguinte, estará centrado nas normas onde o profissionalismo, apoiado em bases técnicas, será a tônica de todo o trabalho pedagógico.

Como síntese, pode-se dizer que o chamado modelo tradicional que reúne Taylor, Fayol (abordagem clássica da administração) e weber (abordagem estruturalista da administração) vão influenciar as empresas no que diz respeito à estrutura piramidal, com centralização das decisões; vários níveis de comando; a base da pirâmide é constituída por pessoas e máquinas para a execução das tarefas. É a formalização total da divisão social do trabalho. Pensar e executar estão separados na estrutura: há os que pensam e tomam decisões e há os que simplesmente executam e cumprem as decisões.

È bom que se diga que, mesmo com o advento da Qualidade Total, os paradigmas de Taylor continuam orientando o modelo organizacional. CAMPOS (1990) afirma que a Gerência da Qualidade Total se baseia em “elementos de várias fontes: emprega o método cartesiano, aproveita muito do trabalho de Taylor...” O autor observa que, embora Taylor proponha a divisão do trabalho, no modelo de gerenciamento da Qualidade a proposta é que todos participem desde o planejamento, a execução e o controle do que é realizado.

Surge a reengenharia nos anos 90, argumentando que, se não houver mudança no processo do trabalho rompendo com o modelo parcializado em prol do modelo totalizado, participativo, bem como no processo de aprendizagem das relações entre capital-trabalho, todo projeto de reinvenção das empresas ficará comprometido.

HAMMER E CHAMPY (1994) introduzem as bases da Reengenharia, apontando como grande ganho que esta abordagem traz para o mundo do trabalho o fato de superar a divisão social do trabalho que provocou a parcialização do SABER, do FAZER e do QUERER que repercute na divisão do homem.

Com a reengenharia os autores acreditam que a totalização do processo será conseguido, repercutindo em uma nova socialização do trabalho, em uma educação mais abrangente e em uma perspectiva mais totalizadora do homem integral.

Estudos precisarão ser realizados para constatar se essas duas fases poderão compor o histórico da empresa brasileira.

A empresa brasileira, na classificação realizada por FONTES (1975), apresenta quatro fases que caracterizam as transformações pelas quais passou: Fase Histórica; pré-Desenvolvimentista; Fase Desenvolvimentista e a Fase Cibernética.

A Fase Histórica se dá nos séculos passados e se expande até a Primeira Guerra, de 1914 a 1918. Se inicia com a emergência urbano-industrial e com a implantação, no País, das primeiras indústrias de tecidos e de algumas outras modalidades em manufaturas de fundições, de cerâmicas e de serrarias. A estrutura da empresa era dividida em direção e execução.

A Fase Pré-Desenvolvimentista se inicia por volta de 1930. Caracteriza esta época uma série de mudanças nas estruturas políticas sociais e econômicas. As restrições à importação, em função da Segunda Guerra Mundial, estimulam a expansão das indústrias que culmina com a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda.

A Fase Desenvolvimentista inicia-se, no País, a partir de 1956. Marca este período um surto de acelerada industrialização, quando são implantadas indústrias de bens de consumo duráveis, tais como produtos eletrodomésticos, automóveis, tratores, material elétrico e ferroviário, estruturas, navios, caminhões, ônibus, entre outros.

A partir de 1964, após oito anos, a industrialização retoma um novo impetuoso desenvolvimento.

A Administração Científica é a grande marca na gestão dos negócios nesta fase.

Fase Cibernética FONTES (1975) classifica a quarta fase de evolução das empresas brasileiras em Cibernética.

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