sábado, outubro 22, 2011

Comunicação é uma paixão

Independentemente do que estudaram na faculdade, da área em que trabalham ou nível de extroversão, as pessoas adoram se comunicar.

Acredito que a popularização das mídias sociais trouxe novos elementos à comunicação, portanto merece uma nova discussão sobre os conceitos que já conhecemos. De uma maneira informal, podemos dizer que as pessoas se comunicam para duas coisas: expressar e dialogar.

A primeira é quando alguém transmite algo — espontâneamente ou não – sem necessariamente esperar um retorno ou feedback; a forma de vestir, as marcas que usa, gestos e meios como livros, colunas em jornais e blogs são bons exemplos. A pessoa se expressa sem esperar uma resposta, apenas para manifestar algo.

A segunda é quando alguém requisita algo esperando um retorno ou feedback. Ir a eventos, o uso de e-mail, telefone e redes sociais quase sempre demandam uma resposta, que pode ser atender uma expectativa ou um simples “obrigado pelo e-mail, entrarei em contato com você em breve”.

Por que eu estou falando sobre algo óbvio assim? Para explicar meu ponto-de-vista, de que as pessoas adoram se comunicar, e entender como a comunicação ocorre é vital para profissionais de marketing e publicitários. Mais do que como uma necessidade humana ou transmissão de conhecimento; as pessoas gostam de falar, compartilhar, influenciar e trocar. Elas são mais felizes assim. Tanto que estima-se que 70% da felicidade humana está relacionada diretamente a aspectos sociais.

Uma coisa que eu percebi, as pessoas usam o Twitter e Facebook para conversar apesar de existir canais próprios para isso como o e-mail, messenger e o próprio DM desses sites. Como eu tuitei certa vez: “o e-mail é o meio formal da internet”.

Você usa o e-mail para tratar de assuntos importantes e falar com pessoas com quem você não tem muita intimidade. Twitter e Facebook são canais de expressão, você fala o que está fazendo, diz o que pensa e publica fotos dos lugares que frequenta. Mas eles se tornaram mais do que uma via de mão única, e passaram a ser o jeito mais prático de dialogar com os amigos. Por que? Porque é onde eles estão o tempo todo. É mais provável que o seu amigo veja aquele “e aí, vamos tomar um choppinho hoje?” no mural do Facebook do que na caixa de entrada do Gmail.

Entender esse comportamento é importante para a comunicação empresa-consumidor. Principalmente, porque uma parte da importante desse processo está no poder do buzz. Você pode gastar R$50 mil e falar com 10 mil pessoas de pessoas ou gastar R$50 mil e falar com 1 milhão de pessoas. Por isso, as empresas querem fazer parte dessa conversa. Mas o marketing convencional não as ensinou a fazer isso. Quando uma empresa falava, todo mundo ouvia. Hoje, empresas e consumidores falam, mas só ouve quem quer e o que quer.

Já que as pessoas amam se comunicar, e agora elas se comunicam o tempo todo para muita gente, descobriu-se que o segredo está em gerar conteúdo bom o suficiente para virar assunto. As pessoas sempre conversaram, mas agora é como se todo mundo falasse usando um megafone. Na minha época, adolescentes ficavam pendurados no telefone (às vezes no mIRC), agora eles ficam no msn. Essa paixão das pessoas pela comunicação — por se expressar e conversar — é natural, e empresas inteligentes sabem tirar proveito disso.

Publicado originalmente: Pequeno guru

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